quinta-feira, novembro 30, 2006

Logo vai virar moda. Second Life, o "orkut hardcore do futuro", chega até o fim do ano no Brasil em versão traduzida e sob responsabilidade da Kaizen Corp (a mesma que trouxe pra cá o RPG online Priston Tale).

A Kaizen fez bem seu trabalho de marketing pré-lançamento e conseguiu boas matérias em diversas mídias: Glogo/G1, Superinteressante, sites na Internet... Preparou o terreno para a chegada definitiva do Second Life Brasil. Se há dois meses pouquíssimos aqui sabiam sobre a existência do SL, agora pelo menos muitos "já ouviram falar".

Apelidado de "o orkut do futuro", Second Life é muito "hardcore" (mais completo e complexo) para ter essa alcunha. Não é um jogo, mas também não chega a ser um simples programa de bate-papo e acesso a comunidades. Trata-se, realmente, de uma segunda vida virtual: você pode fazer (quase) tudo, desde estudar, passear e namorar até... trabalhar. Trabalho que pode render "Lindens", o dinheiro virtual usado na rede.

Apesar de poder comprar os Lindens através do site oficial, é possível também ganhar alguns trocados dentro do jogo fazendo serviços diversos. O mais comum deles é - adivinhe só - a prostituição. Há "cidades" dentro do Second Life onde a prostituição se prolifera. Pague alguns Lidens e tenha alguns afagos virtuais, sem risco de pegar alguma DST (mas não recomendo para quem está compromissado na vida real).


Quantos Lindens o programa, garotas?

Entretanto, o jogo (ah, cansei, vou chamá-lo de jogo mesmo) lhe dá uma enorme gama de oportunidades para fazer seu dinheiro virtual. E a cada dia mais e mais pessoas têm idéias de ganhar dinheiro lá dentro - aí que entra a parte comercial e o segredo do sucesso do Second Life, pelo menos lá fora.

Com uma boa idéia, você compra um terreno virtual e monta sua empresa no Second Life. E então passa a vender o serviço por Lindens ou dinheiro "real". Isso é permitido no Second Life, e o comércio paralelo de dinheiro movimenta a economia dentro do jogo. Pense, por exemplo, em montar sua empresa de viagens no Second Life. Compre (ou "faça") um navio e cobre alguns Lindens para levar pessoas de um canto a outro.

Vendo viagem para o Inferno: $666 Lindens

Após pouco tempo de diversão, o intuito original de "formar e cultivar a sociedade" deixa de ser o principal foco do Second Life, que se torna uma maçante peça da vida on-line das pessoas. Não sei se o brasileiro médio está preparado para isso. Aliás, vale lembrar que o Second Life é "baixado", e não rodado no browser. Como se não bastasse, o programa é bem pesado para os padrões brasileiros (poderia ainda citar seus defeitos técnicos, mas não vale a pena, e também não quero alongar demais esse post).

É por causa disso que aposto mais no sucesso de outro sistema de comunidade virtual: o Cyworld, que recentemente chegou aos Estados Unidos.

Vindo direto da Coréia do Sul, essa coisinha chegou a faturar absurdos US$ 2 milhões de dólares por dia. O segredo do sucesso: simplicidade como o okut e uma visão de negócios pouco explorada no Brasil, mas que facilmente pode dar resultado.

O Cyworld é sim o orkut do futuro. Muito além de você ter seu "perfil virtual", no Cyworld é possível montar sua própria página e fazê-la do seu gosto: colocar músicas, decorar o fundo da página, enfeitar sua "salinha pessoal". Um misto dos propósitos do orkut (sociedade, comunidades) e do The Sims+Second Life (decorar).

O modelo de negócios: o Cyworld é gratuito e você pode fazer muita coisa nele sem gastar um centavo. Mas tem a opção de comprar ou alugar itens decorativos, músicas e tudo mais que o site lhe disponibilizar. Só o fato de ser como o orkut garante ao Cyworld uma enorme quantidade de visitas, aumentando seu lucro com publicidade no site. Não só com banners, mas também em "patrocínio" de itens.

Acredite em mim: pode parecer bobo em coreano (japonês?), mas a idéia é fantástica.

Um exemplo? Decore sua sala com uma belíssima TV Sony Bravia. Mais que isso, presenteie aquela garota que você está afim com um belo kit de perfurmes. Ou mande para ela uma bela música de amor...

Para o perfil dos orkuteiros, o Cyworld tem muito mais a ver. Second Life com certeza fará algum sucesso no Brasil, mas será muito mais ligado aos gamers do que ao público médio de quem acessa a internet. Será divertido "jogar" por 1h e formar sua gangue virtual, mas não lhe fará perder tempo durante períodos dispersos do dia acessando sua página procurando saber se alguém lhe visitou e deixou um recado.

Só falta alguma empresa mostrar interesse em fazer o "Cyworld Brasil". Lá nos Estados Unidos tem gente que diz que ele irá desbancar, com facilidade, o MySpace. Difícil, mas como o serviço do MySpace é porco, eu não duvido de nada...

Tela inicial do Cyworld americano - é simples e melhor que o orkut, não?



Por fim, vale citar uma boa vantagem que vem sendo explorada no Second Life. Empresas e faculdades investem no jogo para fazer nele seus "espaços virtuais oficiais". Enquanto faculdades dão aulas on-line e fornecem cultura aos visitantes do mundo de Second Life, as empresas montam seus lounges e fazem nele apresentações 3D de novos produtos.

Com um bom público, isso se torna interessante. Resta saber se este público continuará a dar audiência a essa iniciativa - afinal, enquanto é novidade todo mundo quer curtir.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ao terminar de ler isso, fico pensando se no futuro teremos que, não só sermos bem sucedidos na vida real mas também em algum, dentre os varios, mundos virtuais...

Arraso disse...

Nunca parei para pensar nisso. Espero que não precise também. A vida real já é tumultuada demais, mal damos conta dela... Não conseguiríamos ter outra.

Renan Carvalho disse...

Não faz muito tempo (acho que a umas duas semanas atrás) eu tava pensando em um jogo assim mesmo. Parece bastante interessante mas acho que só vou jogar quando chegar o brasileiro mesmo.

E deixa eu ver se entendi bem: dá pra fazer grana de verdade com esse "jogo"?

Arraso disse...

Dá sim

Anônimo disse...

~ Pois bem, não sei bem se percebi a ideia do autor do post (em comparar o Second Life com comunidade web-based como o orkut.

~ No Second Life (se ja experimentaram) existe um mundo TOTALMENTE virtual, com empresas que tambem funcionam na vida real (aka RL) e inclusive embaixadas! toda a interação é feita na 1ª pessoa, existem clubs 'noturnos' com DJ reais a passar musica... enfim, nada que se compara com orkuts ou 'ideias' desse genero.
deem uma vista ao site oficial do Second Life ( é . com)

Spokin
aka Spokin Nishi no second life ;)