quarta-feira, novembro 15, 2006

Como se já não bastasse o que cobram...

Deu na Carta Maior (acredito que o link seja exclusivo para assinantes do UOL):

Sesc-SP ameaça recorrer à Justiça contra Supersimples

O chamado "Sistema S", que engloba as empresas SESC, SESI, SENAI, SENAC..., recebe subsídios do governo para, teoricamente, "propagar cultura e educação" pelo país, principalmente aos setores mais pobres da sociedade.

Eles recebem dinheiro repassados de impostos arrecadados do comércio. Já receberiam menos com o SIMPLES, mas em 1996 o Sistema S pediu à justiça que os repasses continuassem. E foi atendido. O mesmo deverá acontecer agora com o "Supersimples". Os repasses deveriam acabar, mas haverá novas disputas judiciais.

Dois pontos contraditórios:
1) O Sistema S não foi criado também para proteger o interesse do comércio? Por que raios eles querem que os impostos continuem alto? "Diminuam, mas não cortem nossa parte".

2) O mais grave: que educação e cultura é essa que eles promovem no país?

Neste ano eu fiz um curso no SENAC, de Redação e Criação Publicitária. Paguei R$ 360,00, para um curso bem pequeno, simples e "sem material didático". O suficiente para pagar o "professor" - foram 15 alunos, faça as contas.

Não discuto a excelência do ensino, o curso realmente foi bom, tal qual outro que fiz anos atrás, também no SENAC mas por um valor ainda maior (Ilustração Digital e Tratamento de Imagens - R$ 800,00). Me interessei por outros cursos, mas os preços são abusivos. Chegam a estar acima da média do mercado.

Meus cursos ainda são extra-curriculares "de luxo"... Os que são fundamentais para as tais "camadas pobres da sociedade", como os cursos técnicos (mecânica é um bom exemplo), custam no mínimo o mesmo que cobram por aí. Ora, se o comércio (e, indiretamente, o consumidor) destina parte de seus impostos para subsidiar este sistema de ensino, onde esse montante é investido? Por que ainda cobram um valor incoerente com o propósito do Sistema S?

Não tiro o mérito da cobrança dos cursos. Para isso há o subsídio: torná-los baratos, ao alcance da classe baixa e média-baixa, e também para que empresas possam pagar cursos aos seus empregados.

Mas não é isso que acontece.

Teimoso e provocador como sou (obrigado, Antônio Abujamra) , perguntei ao meu professor do SENAC neste ano por que a rede de "ensino" estava me cobrando por aquele curso. Ele me respondeu que "de vez em quando" o SENAC faz palestras educacionais (!!!) em comunidades menos abastadas.

Ah, então tá...

Vamos fazer um acordo. Não abaixem os impostos. Não precisa. Mas façam um favor ao Brasil. Façam o que vocês deveriam fazer, afinal para isso esse tal Sistema S foi criado. Não peço nada mais do que isso. Façam o que foi acordado anos e anos atrás.

E façam rápido pois quero fazer meu curso de cinema! :D

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Atualizei o Blogger para uma nova versão. Detalhes que vão fazer minha vida mais fácil. Para vocês, leitores, pouca coisa muda :P

Mudei também a imagem do meu perfil. Um garoto inocente, segurando uma arma, sem saber o risco que corre.

Fantástico.

2 comentários:

Anônimo disse...

Putz, valeu pela transcrição ae, eu queria ler isso mesmo.

Realmente é irritante essa situação... E mais sem previsão para mudar por 4 anos, acredito eu.

Arraso disse...

Isso não vai mudar com a política, tem de vir dos empresários. Às vezes eles querem abaixar os impostos, às vezes querem deixar como está para não perder... Não dá para entender.

Abraços!