quinta-feira, novembro 30, 2006

Logo vai virar moda. Second Life, o "orkut hardcore do futuro", chega até o fim do ano no Brasil em versão traduzida e sob responsabilidade da Kaizen Corp (a mesma que trouxe pra cá o RPG online Priston Tale).

A Kaizen fez bem seu trabalho de marketing pré-lançamento e conseguiu boas matérias em diversas mídias: Glogo/G1, Superinteressante, sites na Internet... Preparou o terreno para a chegada definitiva do Second Life Brasil. Se há dois meses pouquíssimos aqui sabiam sobre a existência do SL, agora pelo menos muitos "já ouviram falar".

Apelidado de "o orkut do futuro", Second Life é muito "hardcore" (mais completo e complexo) para ter essa alcunha. Não é um jogo, mas também não chega a ser um simples programa de bate-papo e acesso a comunidades. Trata-se, realmente, de uma segunda vida virtual: você pode fazer (quase) tudo, desde estudar, passear e namorar até... trabalhar. Trabalho que pode render "Lindens", o dinheiro virtual usado na rede.

Apesar de poder comprar os Lindens através do site oficial, é possível também ganhar alguns trocados dentro do jogo fazendo serviços diversos. O mais comum deles é - adivinhe só - a prostituição. Há "cidades" dentro do Second Life onde a prostituição se prolifera. Pague alguns Lidens e tenha alguns afagos virtuais, sem risco de pegar alguma DST (mas não recomendo para quem está compromissado na vida real).


Quantos Lindens o programa, garotas?

Entretanto, o jogo (ah, cansei, vou chamá-lo de jogo mesmo) lhe dá uma enorme gama de oportunidades para fazer seu dinheiro virtual. E a cada dia mais e mais pessoas têm idéias de ganhar dinheiro lá dentro - aí que entra a parte comercial e o segredo do sucesso do Second Life, pelo menos lá fora.

Com uma boa idéia, você compra um terreno virtual e monta sua empresa no Second Life. E então passa a vender o serviço por Lindens ou dinheiro "real". Isso é permitido no Second Life, e o comércio paralelo de dinheiro movimenta a economia dentro do jogo. Pense, por exemplo, em montar sua empresa de viagens no Second Life. Compre (ou "faça") um navio e cobre alguns Lindens para levar pessoas de um canto a outro.

Vendo viagem para o Inferno: $666 Lindens

Após pouco tempo de diversão, o intuito original de "formar e cultivar a sociedade" deixa de ser o principal foco do Second Life, que se torna uma maçante peça da vida on-line das pessoas. Não sei se o brasileiro médio está preparado para isso. Aliás, vale lembrar que o Second Life é "baixado", e não rodado no browser. Como se não bastasse, o programa é bem pesado para os padrões brasileiros (poderia ainda citar seus defeitos técnicos, mas não vale a pena, e também não quero alongar demais esse post).

É por causa disso que aposto mais no sucesso de outro sistema de comunidade virtual: o Cyworld, que recentemente chegou aos Estados Unidos.

Vindo direto da Coréia do Sul, essa coisinha chegou a faturar absurdos US$ 2 milhões de dólares por dia. O segredo do sucesso: simplicidade como o okut e uma visão de negócios pouco explorada no Brasil, mas que facilmente pode dar resultado.

O Cyworld é sim o orkut do futuro. Muito além de você ter seu "perfil virtual", no Cyworld é possível montar sua própria página e fazê-la do seu gosto: colocar músicas, decorar o fundo da página, enfeitar sua "salinha pessoal". Um misto dos propósitos do orkut (sociedade, comunidades) e do The Sims+Second Life (decorar).

O modelo de negócios: o Cyworld é gratuito e você pode fazer muita coisa nele sem gastar um centavo. Mas tem a opção de comprar ou alugar itens decorativos, músicas e tudo mais que o site lhe disponibilizar. Só o fato de ser como o orkut garante ao Cyworld uma enorme quantidade de visitas, aumentando seu lucro com publicidade no site. Não só com banners, mas também em "patrocínio" de itens.

Acredite em mim: pode parecer bobo em coreano (japonês?), mas a idéia é fantástica.

Um exemplo? Decore sua sala com uma belíssima TV Sony Bravia. Mais que isso, presenteie aquela garota que você está afim com um belo kit de perfurmes. Ou mande para ela uma bela música de amor...

Para o perfil dos orkuteiros, o Cyworld tem muito mais a ver. Second Life com certeza fará algum sucesso no Brasil, mas será muito mais ligado aos gamers do que ao público médio de quem acessa a internet. Será divertido "jogar" por 1h e formar sua gangue virtual, mas não lhe fará perder tempo durante períodos dispersos do dia acessando sua página procurando saber se alguém lhe visitou e deixou um recado.

Só falta alguma empresa mostrar interesse em fazer o "Cyworld Brasil". Lá nos Estados Unidos tem gente que diz que ele irá desbancar, com facilidade, o MySpace. Difícil, mas como o serviço do MySpace é porco, eu não duvido de nada...

Tela inicial do Cyworld americano - é simples e melhor que o orkut, não?



Por fim, vale citar uma boa vantagem que vem sendo explorada no Second Life. Empresas e faculdades investem no jogo para fazer nele seus "espaços virtuais oficiais". Enquanto faculdades dão aulas on-line e fornecem cultura aos visitantes do mundo de Second Life, as empresas montam seus lounges e fazem nele apresentações 3D de novos produtos.

Com um bom público, isso se torna interessante. Resta saber se este público continuará a dar audiência a essa iniciativa - afinal, enquanto é novidade todo mundo quer curtir.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Video Games Live World Tour 2006 – São Paulo

Abaixo minha análise do Video Games Live em São Paulo. O texto também será publicado no site da TeamPlay. Ficou enorme, mas de propósito: destrinchei o show, contando detalhe por detalhe.

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Há quatro anos os compositores e produtores musicais Tommy Tallarico e Jack Wall tiveram a idéia de criar um espetáculo musical e um tributo às músicas dos jogos, dando ao show o nome de Video Games Live. Ambos são ícones da indústria de games (e também fora dela) – Tommy é responsável pela trilha sonora de Earth Worm Jim, Messiah, Metroid Prime e Unreal Tournament 2004, entre outras pérolas, e Jack compôs trilhas para jogos como Myst e Splinter Cell, além de reger orquestras e trabalhar na indústria do cinema e da música.

Somente em 2005 aconteceu o primeiro show do Video Games Live, após longos três anos de produção. Tommy e Jack não queriam apenas uma orquestra para tocar ao vivo os temas dos principais jogos da indústria dos games. Queriam fazer do show um espetáculo inesquecível, com pirotecnia, efeitos especiais, luzes, lasers, encenações e, claro, videogame, com filmes dos jogos tocados pela orquestra exibidos em telões (e isso ainda exigiu acordos de direitos autorais).

Desde que o Video Games Live foi criado, os produtores recebiam e-mails do Brasil com pedidos para que o show viesse para cá. Bom, com apenas dois anos de existência real nós conseguimos isso. E após a brilhante passagem pelo Rio de Janeiro, quando Jack Wall regeu a Orquestra Petrobras Sinfônica, tive a oportunidade de ver nas primeiras filas o Video Games Live em São Paulo – que aqui teve a Orquestra Jovem da Unicamp.

Após as apresentações pré-show, com um mini-concurso de Cosplays, testes do Wii (o novo videogame da Nintendo) e jogatina com Guitar Hero II (popular game onde o jogador encarna um guitarrista), a orquestra entrou acompanhada logo em seguida pelo maestro Jack Wall. Aplaudido efusivamente, Jack arrancou risos da platéia antes mesmo de o show começar: tropeçou, mas sem cair, em um canhão de laser. Bem humorado, ele se recompôs e riu junto com o público.

O espetáculo começou como não poderia deixar de ser: uma passagem pelas quase quatro décadas de jogos, começando com os efeitos sonoros “sofisticadíssimos” de Pong (bip, bom, tim e tum tocados pela orquestra!), estendendo-se por arcades famosos como Space Invaders, Defender, Frogger e Donkey Kong, chegando à época dos videogames 8-bit com Elevator Action e Punch Out, mais clássicos como Gauntlet, Dragon’s Lair, Outrun, Ghost’n Goblins até fechar com blocos de ouro com a trilha sonora original de Tetris (o primeiro). Durante toda a execução, vídeos dos jogos cujas músicas eram executadas pela orquestra passavam em telões instalados no Via Funchal, local do show.

Aplausos. Entra Tommy Tallarico, que nas apresentações vira o showman do Video Games Live. Ele brinca com a fama de que os jogos são feitos para crianças (“esse show é para quem pensa assim!”) e garante que a platéia pode aplaudir e fazer o barulho que achar necessário, já que alguns naturalmente se continham devido à presença de uma orquestra.

Tommy então apresenta aos espectadores, no telão, o compositor Hideo Kojima, guru dos games e criador da série Metal Gear Solid. Kojima introduziu o tema de seu jogo, que enquanto era tocado pela orquestra recebeu também vídeos dos quatro games da série. A platéia aplaudiu e riu quando no palco entrou um soldado Genome, acompanhado de uma “caixa andante”. Em determinado momento, o soldado percebe a presença da caixa (soltando o famoso “ponto de exclamação” em sua cabeça). E como no jogo, a música se tornou apreensiva e mais rápida.

Ao fim da execução, a caixa permaneceu e o soldado foi embora. No telão, mais um jogo da Konami anunciou o que viria: Castlevania. A execução misturou diversos temas dos jogos da série, dos mais antigos até o recente Curse of Darkness.

Mais aplausos e euforia quando David Jaffe apareceu no telão para apresentar o tema criado para o jogo God of War. Foi a primeira música acompanhada do coral Academia Concerto, dando mais vida ao tema repleto de passagens de adrenalina, tristeza e terror. E tudo acompanhado com vídeos do jogo.

A caixa de Metal Gear Solid ficou ali no palco durante todo este tempo. Quem estava dentro dela realmente parecia estar em um aperto desconfortável... Até que o público se surpreendeu com – vejam só – a aparição de Tommy Tallarico. Ele brincou com sua situação: “alguém precisava fazer isto!”. Tommy trouxe ao palco um espectador para uma das apresentações interativas da noite. O garoto escolhido era enorme, fazendo Tommy ainda mais baixo do que já é. Ele ainda se assustou ao saber que o jovem tinha apenas 14 anos, o que rendeu mais tarde uma brincadeira em relação à altura dos brasileiros.

Para essa apresentação, o rapaz teria que jogar o clássico Space Invaders de uma maneira nunca antes vista. ELE seria o canhão responsável por atirar nas naves alienígenas, movendo-se de um lado para outro no palco, enquanto a orquestra acompanhava a tensão do jogo. Se completasse o desafio - terminar a primeira tela do game em dois minutos - levaria uma bolada para casa. Obviamente, jogar Space Invaders desta forma, sem treino, é bem difícil. E o garoto perdeu a disputa, mas ganhou como consolação um brinde contendo clássicos jogos.

O show prosseguiu com a brilhante apresentação do comovente tema de Civilization IV, um dos pontos fortes da noite acompanhado novamente pelo coro e dois solistas. Lara Croft teve sua vez, com a execução de temas de Tomb Raider. No telão, vídeos de todos os jogos da série com a inesquecível abertura do primeiro game.

Mais duas músicas antes da pausa de 20 minutos do espetáculo – a espera era representada por uma barra ao melhor estilo “Now Loading”. O público delirou com o tema de Zelda, introduzido por ninguém menos que Koji Kondo, mas vibrou mais com os vídeos dos jogos da série do que com a própria composição em si. Foi o primeiro ponto fraco do show: poderiam repetir a mistura de temas, tocando mais músicas de Zelda (sugiro Hyrule, marcado na mente de quem jogou Zelda: The Ocarina of Time no Nintendo 64).

A última música antes do segundo tempo da apresentação foi a emocionante Libera Fatali, clássico de Final Fantasy XIII e brilhantemente regido, orquestrado e cantado pelo coro.

Após o descanso, a orquestra e o maestro Jack voltaram. O público naturalmente ficou apreensivo para saber o que Jack faria com o canhão de laser que quase o derrubou. Ele novamente tirou de letra, encenando um chute no canhão e arrancando mais risos da platéia.

Tommy trouxe ao palco uma garota e mais um espectador para que jogassem, alternadamente, o clássico Frogger – em comemoração aos 25 anos do jogo. O vencedor levaria para casa um notebook Intel de última geração. Naturalmente, o público torceu e se encantou pela beleza (e altura...) da garota. Mas quem faturou o prêmio foi o rapaz, de nome “Kabuki”. Tommy não perdeu a deixa para brincar mais uma vez com o fato de ser pequeno.

Após a divertida interação com o público, Jack e a orquestra voltaram a tocar um tema de um jogo da Square: Kingdom Hearts. No telão, cenas de desenhos da Disney, já que a Square não liberou vídeos de seus jogos para a apresentação.

Chegou a vez da parte mais vibrante do show: Sonic. Antes mesmo que a orquestra começasse com sua performance, Yuji Naka no telão comentou sobre a importância das músicas nos jogos. Aplausos e muita euforia a cada passagem de tema e de jogo da série – rolou até mesmo o clássico coro de “SEGA!”. Me surpreendi com a reação da platéia com Sonic, que apesar de positiva chegou a incomodar em alguns momentos.

A seguir, uma brilhante execução dos temas de Warcraft – em especial World of Warcraft. Tocante, com perfeito acompanhamento do coro. Foi um dos pontos altos do show, que por si só já valeria o ingresso (talvez não o de VIP...).

Os momentos emocionantes não pararam. Tommy trouxe ao palco o já lendário pianista chinês Martin Leung, conhecido como “Video Game Pianist”. Ele ficou famoso na Internet há três anos, tocando temas de Mario com os olhos vendados (e na época não havia YouTube...). Martin tocou belíssimos temas dos jogos da série Final Fantasy, como a abertura de FFVII e a clássica música-tema de Aerith. O público não resistiu e aplaudiu Martin de pé por pouco mais de um minuto.

Tommy Tallarico prosseguiu ao apresentar uma de suas criações – o tema do jogo Advent Rising. Bela música, que mostra o talento de compositor de Tommy, combinando com, pelo que se viu no vídeo, um grande jogo. Ao fim desta música, Koji Kondo reapareceu para apresentar os famosos temas de Super Mario Bross. A orquestra tocou três deles: o principal, o de vôo e o “submarino”, com imagens no telão de praticamente TODOS os jogos de Mario já lançados – desde os arcade até os de esporte.

Esperava uma recepção no mínimo igual a que Sonic recebeu, mas para minha surpresa o público deixou a euforia de lado e apenas aplaudiu. Talvez prevendo o que viria: Martin Leung voltou ao palco para sua famosa perfomance do tema de Mario Bross, tocando de olhos vendados, terminando-a com ritmo acelerado e já sem a venda. Novamente, o Video Game Pianist foi aplaudido de pé.

Tommy voltou e pediu para que Martin tocasse mais um tema – o de Tetris do Nintendo 8-bit, no tema que ficou mundialmente famoso anos e anos mais tarde. A platéia acompanhou o ritmo, cada vez mais frenético, com aplausos. Inacreditavelmente, Martin Leung foi ovacionado pela terceira vez de pé, alguns subiam na cadeira para aplaudir, outros faziam gestos de idolatria. Neste momento, deixei minha frieza de lado e quase mostrei minhas emoções ao esboçar um sorriso. Quase.

O show, chegando ao fim, teve duas execuções seguidas do tema de Halo. A última veio com um trailer de Halo 3. Pessoalmente, a música para mim foi uma das melhores do repertório, pela seqüência e constantes mudanças de ritmo, além do foco nos violoncelos. No show original há uma solista acompanhando a orquestra e o coro, mas em São Paulo isso, infelizmente, isso não aconteceu.

A última música, e talvez a que o restante do público mais esperava, não teve vídeo no telão. Tommy Tallarico, com o clichê de estar com a camisa da seleção brasileira (quando vão parar com isso?), lamentou o fato de a Square não licenciar vídeos de seus jogos. Mas ele foi bem feliz ao dizer que “esta música não precisa de vídeo”. E de certo não precisa mesmo. Esta música é A Música. One Winged Angel, tema da luta entre Sephirot e os personagens de Final Fantasy VII.

O espetáculo chegou ao fim, após quase 2h30 de euforia, luzes, vídeos, belas músicas e muita emoção. Tommy ainda prometeu voltar no ano que vem. Já estou contando os dias.

Os pontos fortes do show:
+ A execução perfeita de World of Warcraft e Civilization IV
+ Revival de vários jogos da década de 80, em versões orquestradas
+ A euforia com Sonic
+ Martin Leung sendo aplaudido de pé três vezes
+ A simpatia de Tommy Tallarico e Jack Wall
+ A quase-queda de Jack Wall

E os pontos fracos...
- O canhão de laser incomodou algumas pessoas que estavam distantes
- A máquina de gelo seco fazia um barulho insuportável, atrapalhando algumas execuções
- Poderiam ter tocado um medley de temas de Zelda, e não apenas o tema principal do jogo
- Aplausos são bons, emoção também, mas em alguns momentos o público brasileiro é muito afobado e eufórico
- Durante alguns momentos, a orquestra saiu de linha – não chegou a desafinar, mas perdeu o ritmo. Entendo que o pouco tempo de ensaio e a falta de costume com músicas tão “diferentes” contribuíram para esses (poucos) erros
- NÃO USEM MAIS CAMISAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA!

quarta-feira, novembro 15, 2006

Como se já não bastasse o que cobram...

Deu na Carta Maior (acredito que o link seja exclusivo para assinantes do UOL):

Sesc-SP ameaça recorrer à Justiça contra Supersimples

O chamado "Sistema S", que engloba as empresas SESC, SESI, SENAI, SENAC..., recebe subsídios do governo para, teoricamente, "propagar cultura e educação" pelo país, principalmente aos setores mais pobres da sociedade.

Eles recebem dinheiro repassados de impostos arrecadados do comércio. Já receberiam menos com o SIMPLES, mas em 1996 o Sistema S pediu à justiça que os repasses continuassem. E foi atendido. O mesmo deverá acontecer agora com o "Supersimples". Os repasses deveriam acabar, mas haverá novas disputas judiciais.

Dois pontos contraditórios:
1) O Sistema S não foi criado também para proteger o interesse do comércio? Por que raios eles querem que os impostos continuem alto? "Diminuam, mas não cortem nossa parte".

2) O mais grave: que educação e cultura é essa que eles promovem no país?

Neste ano eu fiz um curso no SENAC, de Redação e Criação Publicitária. Paguei R$ 360,00, para um curso bem pequeno, simples e "sem material didático". O suficiente para pagar o "professor" - foram 15 alunos, faça as contas.

Não discuto a excelência do ensino, o curso realmente foi bom, tal qual outro que fiz anos atrás, também no SENAC mas por um valor ainda maior (Ilustração Digital e Tratamento de Imagens - R$ 800,00). Me interessei por outros cursos, mas os preços são abusivos. Chegam a estar acima da média do mercado.

Meus cursos ainda são extra-curriculares "de luxo"... Os que são fundamentais para as tais "camadas pobres da sociedade", como os cursos técnicos (mecânica é um bom exemplo), custam no mínimo o mesmo que cobram por aí. Ora, se o comércio (e, indiretamente, o consumidor) destina parte de seus impostos para subsidiar este sistema de ensino, onde esse montante é investido? Por que ainda cobram um valor incoerente com o propósito do Sistema S?

Não tiro o mérito da cobrança dos cursos. Para isso há o subsídio: torná-los baratos, ao alcance da classe baixa e média-baixa, e também para que empresas possam pagar cursos aos seus empregados.

Mas não é isso que acontece.

Teimoso e provocador como sou (obrigado, Antônio Abujamra) , perguntei ao meu professor do SENAC neste ano por que a rede de "ensino" estava me cobrando por aquele curso. Ele me respondeu que "de vez em quando" o SENAC faz palestras educacionais (!!!) em comunidades menos abastadas.

Ah, então tá...

Vamos fazer um acordo. Não abaixem os impostos. Não precisa. Mas façam um favor ao Brasil. Façam o que vocês deveriam fazer, afinal para isso esse tal Sistema S foi criado. Não peço nada mais do que isso. Façam o que foi acordado anos e anos atrás.

E façam rápido pois quero fazer meu curso de cinema! :D

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Atualizei o Blogger para uma nova versão. Detalhes que vão fazer minha vida mais fácil. Para vocês, leitores, pouca coisa muda :P

Mudei também a imagem do meu perfil. Um garoto inocente, segurando uma arma, sem saber o risco que corre.

Fantástico.

domingo, novembro 12, 2006

Xbox 360 no Brasil

Na última quinta-feira a Microsoft fez sua festinha para anunciar a chegada oficial do Xbox 360 no Brasil. Creio que o evento tenha sido organizado pelo pessoal da MarketingCell, que tem as "contas" da Microsoft Games no Brasil (para marketing e publicidade).

Vídeos, discursos, perguntas e respostas... E depois uma festa de arromba com direito a bebidas, petiscos, gente famosa e mídia não-especializada.

Não fui, não sei se realmente a festa teve todo esse ar pomposo, esse tamanho exagerado. Mas lendo por aí as impressões do pessoal que foi (todos da "mídia especializada", diga-se de passagem), sinto que há uma certa euforia desmedida em torno do lançamento oficial do console por aqui. E embora não tenha comparecido ao evento, sou livre para comentar o que penso da chega do Xbox 360.

Dizem que será o divisor de águas para o mercado brasileiro de games, o começo de uma nova era de ouro... Nem tanto. A começar pelo preço do brinquedinho: R$ 2.999,99, com direito a três grandes jogos "de graça".

Claro que a Microsoft tentou de todas as maneiras possíveis abaixar o preço do console, mas quando viu que isso era impossível (ou mais difícil do que pensavam), resolveu trazer ao Brasil o pacote premium do Xbox 360 acrescido de três jogos (que, para a Microsoft, não custará quase nada). O pacote brasileiro da plataforma é o mais recheado em comparação aos outros vendidos ao redor do mundo... mas, ainda assim, muito caro.

Quase todos aceitaram esse preço, se conformaram. Quase. Novamente eu digo que não tenho certeza das idéias da Microsoft, afinal não sou executivo de lá. Mas me parece que a empresa no Brasil adota uma estratégia totalmente diferente da adotada ao redor do mundo, que é lucrar com os jogos e não com o hardware. Você vende o hardware para vender MUITOS jogos, e lucrar com os royalties (custos de licenciamento para produzir para a plataforma).

A Tec Toy em 1995 e 1996, durante a real época de ouro do mercado de games no Brasil, lutou para que o governo encaixasse seus produtos como de informática e não mais como brinquedos, podendo pagar menos impostos e imediatamente reduzir os preços de seus consoles - embora montados em Manaus, a empresa importava as peças de fora, como várias outras no país. A Tec Toy pôde fazer isso, em parte, devido ao monopólio de vendas que tinha sob os jogos lançados por aqui, mas isso se tornou mais tarde parte de seu fracasso. Não havia interesse de produtoras terceirizadas no mercado brasileiro monopolizado, e com o advento da pirataria a Tec Toy não teve armas necessárias para combatê-la.

Por falar em pirataria, temos aqui o grande acerto da Microsoft, e também o que mostra seu possível erro no preço do console. A Microsoft pode fabricar os CDs e DVDs no Brasil, o que reduz bastante seu preço (mas creio que eles não possam montar o Xbox 360 aqui, agora, e talvez isso também tenha encarecido o video-game). Logo, teremos jogos originais sendo vendidos a preço de banana no país - entre R$ 99 e R$ 159, o que faz nossos games até mais baratos do que os vendidos lá fora, dependendo da cotação do dólar. Os piratas ainda serão mais baratos, mas haverá gente que preferirá comprar os jogos originais. Com o tempo, a mentalidade do brasileiro realmente mudará.

Ao contrário da Tec Toy, a Microsoft deixará o mercado livre para que outras produtoras lancem seus jogos por aqui. Obrigado, Microsoft! Vai aquecer nosso mercado. Mas... como vender jogos SE NÃO HÁ CONSOLES!? Com o preço praticado no Xbox 360, que colocassem o preço dos jogos nas alturas. Afinal, quem tem quase R$ 3.000,00 para gastar em um console, terá muito mais que R$ 160 para gastar em jogos.

Outro erro foi não ter trazido para cá a Xbox Live!. Quem quiser jogar online e acessar todos os recursos da rede on-line do console, terá que se registrar lá fora - com endereço de quem mora no exterior (ou mudaram o processo do cadastro?). Essa é uma das principais características do Xbox e, novamente, um dos produtos que poderia dar mais dinheiro à Microsoft - reduzindo ainda mais o preço do console no país. Eles dizem que farão isso no próximo ano, talvez não tenham tido tempo para adequar a Xbox Live! ao mercado brasileiro (nós já temos um dos maiores acessos à rede da Microsoft). Nesse ponto, talvez a pressa em lançar o console aqui (antes da concorrência) e estancar a atenção da mídia nacional em cima do PlayStation 3 e do Wii sejam os culpados.

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Não pensem que eu seja um reclamão, pelo contrário. Eu realmente agradeço a Microsoft pelo que ela faz para o nosso mercado. Eu quero o bem dela e o bem dos jogos no país, e por isso até defendo o "Lulinha", sua empresa e seu lobby - aliás, parte dessa mudança no Brasil em relação aos games é graças ao maior lobbysta do país, o próprio filho do presidente. Quero tanto seu bem que digo que ela está errada em alguns pontos. E espero que me entendam, que não me crucifiquem por essa coragem (?). E que se o errado sou eu, por favor - mostre-me isso :) É só me convencer, eu tenho a mente aberta para essas coisas (sim, tenho mesmo).

E em uma coisa concordo com os demais: a Microsoft mudará o mercado brasileiro. Para voltar a ser como era antes, vai demorar. Mas realmente precisávamos do primeiro passo. A empresa até se mostrou nacionalista: desenhou uma skin exclusiva para o mercado brasileiro (com a bandeira do Brasil) e mudou as cores do Xbox para representar o país (o verde adquire um tom mais escuro e o logo da "bola" do Xbox mudou para azul). Além disso, irá investir aqui 10 vezes mais do que investiu no lançamento do Xbox 360 no mercado mexicano.

A Microsoft definiu o Brasil como parte principal de sua estratégia para "encostar" na líder Sony, e fez o certo. Ela precisa de novos clientes para crescer, não apenas apostar no mercado que já está "conquistado" (ou por ela, ou por suas concorrentes).

Só espero que eles enxerguem que o preço do console praticado no Brasil poderia ser menor.

Escrevi demais. Tudo bem, reclamei demais. Mas queria deixar claro meu ponto de vista. Eu concordo em muito pontos com os meus "amigos" jornalistas, mas preciso ser diferente deles em alguns momentos :P

terça-feira, novembro 07, 2006

...cortei o cabelo.

BREVE PAUSA

Posto. Odeio essa palavra derivada do inglês post.

CONTINUANDO...

Não só cortei o cabelo como fiz um leve relaxamento nele. O intuito era diminuir o volume, sem fazer com que ele perdesse o peso - estou deixando-o crescer há oito meses. Também perdi as "ondas" e "caracóis" característicos de um cabelo que ficou curto durante um bom tempo, mas que cresceu mais do que o comum, quase fugindo do controle.

Gostei do resultado e provavelmenre repetirei no próximo mês, antes do meu aniversário. Tá certo que dependendo do jeito que o meu cabelo "cai" quando está seco eu fico parecendo um emo... Mas é passageiro, apenas enquanto não posso lavá-lo e utilizar um creme decente.

Detalhe importante: meu cabelo não está igual ao desse emo (está bem maior), eu é que tenho que aguentar piadinhas dos meus "amigos"... Mas se eu não tomar cuidado, a franja realmente "desce" sobre meus olhos :D

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Deixando minha vida pessoal um pouco de lado (leia o título do post: postei por postar!), eu TENHO que ir no Video Games Live. Só que eu PRECISO de dinheiro para comprar o ingresso - de preferência VIP, antes que acabe.

Muito mais do que um programa de nerd, é imperdível para quem gosta de músicas, orquestra e até mesmo teatro.

Não quero ir sozinho, e o único amigo que comprou ingresso deve sentar bem longe de mim. Não que eu queira alguém do meu ladinho, ainda mais sendo homem... Mas ficar em uma mesa VIP com pessoas desconhecidas é chato.

Por que ir de VIP? Ah... Esse momento será inesquecível, não quero estar longe da orquestra.

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Perdi minha oportunidade de ir ao evento da Microsoft na próxima quinta-feira, no evento onde ela dará detalhes do lançamento oficial do Xbox 360 por aqui :(

sexta-feira, novembro 03, 2006

I have a new job

Novo trabalho de colaborador, agora para o site Team Play, focado na cobertura do electronic sport (ou "cyber sport"):



Meu trabalho é chamado de "proofreader", mas serei também um dos administradores do site. Proofreader faz, basicamente, a correção dos textos, só que eu ainda coordenarei a equipe de redação e outros proofreaders, fazendo com que eu atue mais como um editor-chefe. Por ser um site online, não temos como definir pauta - nos concentramos na busca de notícias e, pouco antes de serem publicadas, eu altero o texto para corrigir os erros necessários (ou adicionar novos detalhes). Para esse projeto fui chamado pelo meu amigo Sopax, o Paulo André.

E, claro, posso escrever também. Escrever notícias é uma das coisas que mais me dá prazer nessa vida. Como o Team Play é uma praia nova para mim - não estou acostumado com o e-sport -, encaro esse projeto como um grande desafio. E, hey, eu também adoro desafios :)

Na próxima segunda-feira ainda vou começar a trabalhar em um novo local, mas será um trabalho físico que me consumirá boas horas por dia - sem, no entanto, largar a administração da hardMOB e do Team Play.

Tá pensando o quê? Não vou conseguir? Besteira. Ricos, milionários e bilionários não ganharam o dinheiro que têm e chegaram aonde estão trabalhando apenas 8h por dia.

Além disso, tudo isso faz plano do meu projeto de dominar o universo.