Fui hoje no dia das grandes finais dos torneios da WCG 2006. Assisti boa parte delas, inclusive a disputada e emocionante primeira parte da final do CS 1.6, entre o pessoal do mibr e do GC. Deu GC quando assisti, mas quando fui embora o mibr ganhou a finalíssima, sagrando-se vencedor.
Duas coisas me chamaram atenção na feira.
A primeira foi a falta de cobertura da mídia especializada no Brasil. Só o Arena iG estava lá, com apoio da Hive. Palmas para eles, que fizeram uma boa cobertura - inclusive com vídeos, entrevistas bacanas, etc.. Vale citar que o Arena iG é um dos parceiros da MarketingCell (via o seu braço "Hive"), grande "organizadora" e promoter do evento. Isso não exclui, claro, o fato da exclente cobertura por parte do Arena. As garotas de lá, principalmente, fizeram um excelente trabalho :)
Ví também o Claudio BatZ do site GamesBrasil, não cheguei a ver o Pablo Miyazawa mas sei que ele estava por lá.
E foi "só". Provavelmente mais alguma coisa aparecerá nos próximos dias em outros sites (e nas próximas semanas em algumas revistas), mas sem a devida cobertura in loco que um evento desse mereceria.
PlayTV estava lá, junto com - vejam só - Globo e SBT. Só no dia da final, o SBT fez 4 ou 5 matérias!
Sei que o resto da imprensa no Brasil, como OuterSpace e UOL Jogos, focaram na cobertura do grande evento "worldwide", a Tokyo Game Show. Eles fizeram um bom trabalho nesse aspecto, com ótimas cobertura. Mas para apoiar o mercado nacional de jogos, incentivar nossos eventos, faltou pelo menos um espaço sobre a WCG em cada site. Com o poder que eles têm poderiam transmitir os jogos em tempo real, coisa que o pessoal da TeamPlay fez com o CS. Nem vou comentar sobre esses caras, pois sei o sucesso que eles fizeram lá - e o site existe há umas 3 semanas apenas!
A segunda coisa que me chamou atenção por coincidência também foi notada pela Renata Honorato, editora do Arena iG. Ela comentou sobre isso em seu blog. Antes e durante a final do CS, havia no auditório pessoas que, digamos, "destoavam" do resto das pessoas que lá estavam. Era uma mãe, acompanhada de seus dois filhos - uma garotinha, o outro acredito ser um garoto, mas não cheguei a olhar muito ara ele - sentados, observando boquiabertos para todo aquele movimento, luzes, grandes TV's de plasma... Um mundo que eles não estão acostumados a ver. Apenas sonhar.
A família estava lá não para concorrer a algo, muito menos para torcer por algum time ou para fazer cobertura do evento. Eles nem entendiam o que se passava por lá. Entraram, provavelmente, por curiosidade - a entrada era franca e a WCG aconteceu no Porão das Artes, no Ibirapuera. Deram de cara com um mundo bem diferente do que eles vivem. Ficaram esquecidos e encolhidos em seus cantos, talvez até torcendo para não serem notados. O rosto da mãe me comoveu, mostrando uma tristeza por não poder dar tudo aquilo aos seus filhos, ou por saber que esse mundo tecnológico está longe de seu alcance.
Me senti um nada por isso, um ser impotente e incapaz. Depois do evento eles foram embora, pouco agasalhados em um frio de quase 10ºC. Chegaram em sua casa para contar as latinhas de alumínio que pegaram pelo parque e, quem sabe, contar para o resto da família o mundo que eles viram - aquele mundo que só aparece em novelas.
Refleti por alguns instantes. Se eu um dia conseguir fazer algo parecido com a WCG, prometi a mim mesmo que darei oportunidade para que TODOS participem. TODOS. E não apenas isso. Muita coisa pode e deve ser feita a essa gente, que pouco lembramos e notamos.
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Um comentário:
Sacanagem a familia sem grana. Vc pode mudar isso domingo agora. Ou pelo menos tentar...
Walter Lembi
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